A"s escolas de condução conhecidas como “low-cost” estão a reprovar alunos de forma sucessiva de maneira a compensar os preços que praticam, avança a Rádio Renascença."

O título do artigo chamou-me a atenção, embora ache muito difícil conseguirem provar seja o que for, mas se o conseguirem ainda bem.

Comprar barato pode ser tentador. Os preços de mercado praticados na grande Lisboa pela grande maioria das escolas (por volta dos 300€) são por si só de desconfiar. Esse valor deve cobrir as despesas das aulas de condução e quase mais nada. Mas se o aluno pagar 300€ mais uma série de reprovações da prova prática (para não falar no exame teórico) acaba por dar um grande jeitinho no orçamento da escola.

Depois não se esqueçam que há algum tempo, não muito distante, foram apanhados pela polícia judiciária vários examinadores e instrutores em corrupção. E acredito que muitos não foram apanhados porque é impossível andar atrás de todos. E o quê que isto tem a haver com o assunto?, perguntam vocês. É que antes desta operação, os corruptos não precisavam de gerir bem as contas da escola, porque recebiam umas boas notas para injetar no negócio. Agora, a não ser que o mal já se tenha instalado novamente, os senhores instrutores, sócios de escolas de condução, que remédio têm se não trabalharem bem. E como muitos deles não sabem o que é gerir bem seja o que for, vão para o caminho do low-cost. Também há como é óbvio aqueles que gostam de brincar ao monopólio e vão comprando escolas até perder de vista e gerem o negócio também pela via do low-cost, mas há coisas que são impossíveis para os homens de realizar. O Senhor fez o milagre da multiplicação dos pães, mas tinha poderes divinos, estes têm que se contentar com o que são. Os examinadores por outro lado ficam mais rigorosos, não vá alguém acusá-los de corrupção ou favorecimento.

Comprar barato sai caro, e é verdade ou não é? Que respondam aqueles que tiveram de pagar uma nota preta, como dizem os nossos irmãos brasileiros. 

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